Documento sem nome – poesia
a segunda vez quem fez fui eu/a primeira também,/na segunda vez um frio no quadril/nas mãos/se no frio dói mais
a segunda vez quem fez fui eu/a primeira também,/na segunda vez um frio no quadril/nas mãos/se no frio dói mais
Alguém esqueceu/de esquentar o carvão/O gato bebeu/a água da firmeza/do caboclo/cercada/lua cheia/meia noite/duas dezenas de onças (...)
tenho predileção por poemas/que atravessam a paisagem/o quintal na casa da minha avó/era um poema todo escrito de melancolia (...)
"Para lésbicas, a apropriação da palavra escrita é fundamental para o processo de combate à invisibilidade que marca a nossa existência."
Quais propostas em massa impediram o processo de pobretização das mulheres?
Volto a esse espaço e me dá ânimo, alma, trazer também outras mulheres. Hoje a voz de Ana Carolina Francisco está aqui, em corpo e palavra.
esses poemas/sãos/paraqueles que/dizem nada cai/do céu/porque não/sabem que a luz/do sol/também é um tipo/de alimento
Há quem procure coisas nos poemas, como alguém que tem sede e procura do que beber na matéria orgânica da palavra.
(...) Ela corre. Corre muito. Até chegar em casa e se deparar com sua tia sentada no sofá. E grita: "O que da minha vida é real?".
Aline Cardoso é mestre em Linguística na área da Análise do Discurso pela UFPB, mãe da Marina e autora do livro "A proporção áurea do caos".
Silêncio/O único som/além do cano da armas/De maafa/A atravessar/Nossos corpos/Pretos/Ilógicos/Ameaçamos você?
você não faz ideia do quanto é pungente enxergar outra mulher. é como assar milho em uma fogueira e queimar a mão.
É bonito, não nego, porque é simples e anseia pelo encontro. Eu fumo e sinto frio.
Nunca somos capazes de ler tudo, ler é feito alimentar-se e como quem come uma fruta inteira (...)
O sexto capítulo da obra de hooks traz a proposta de mudar as perspectivas sobre o poder.
Quando decidi escrever esse texto meu desejo era traçar o caminho da negligência, de onde parte esse sentimento de repulsa à criança negra.
Naqueles arredor, ninguém respeitava mulher viúva. Um-um. Dona Odeth não era burra, tinha já se situado.
Meimei Bastos é escritora, poeta, licenciada em Artes Cênicas pela UnB, educadora, produtora cultural, atriz e coordenadora do Slam Q'brada.
A história do silêncio, diz Rebecca Solnit, está ligada diretamente à história das mulheres.
Palavra bruta refletida no corpo: Anna dos Santos percorre o perímetro da casa e os espaços da cidade como quem viaja para dentro de si.