açúcar se divide em partes, a maioria delas chamadas de capítulos, num jogo engraçado com o gênero editorial queridinho, o romance, que não só vende mais como quase não solta as tiras. açúcar quase vem com instruções: “poemas políticos, militantes e panfletários”, “sem ritmo, sem métrica, sem estética”, “poemas para não-vender, mas livro-mercadoria”. ninguém escapa às duas caras deste livro, feito para adocicar, mas com código de barra. passe seu leitor e coragem.
Ana Elisa Ribeiro
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na calda volumosa que açúcar vai formando, não falta a consciência crítica feminista, que, no “capítulo segundo: se mulher”, aponta para as tantas condicionais que permeiam a existência das mulheres, flagrando, por exemplo, o medo como condição de (in)existência: “tenho medo de acordar um dia/ e meus filhos terem sido arrancados do ventre/ o corpo pendurado à venda/ em uma rua qualquer/ do brasil”, mas também de resistência.
Christina Ramalho
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açúcar é um corpo, uma casa, um país, uma mulher, um livro sempre desperto para o barulho d’“o café apitando/ na chaleira” que marca o passo, o silêncio, a voz e a memória de um ruído infinito desses tempos.
Danielle Magalhães
açúcar
Priscila Branco