internação
houve aquele afastamento
barreiras de outra mente
não me recomendo o isolamento
ele já não estava mais com a gente
os fantasmas até apareciam
mas eram coisas de uma cabeça
fétidos, tortos, invisíveis ou apodrecendo
eram um retrato de estranhezas
não mais os nervos havia o deixado
no presente momento
todos os dias se tornaram domingo
ninguém mais fala contigo
não há doutor para te ver agora
e por mais que quiseste ficar
tu já foste embora
os litros de água se acumulam
assim como as músicas
não mais cantadas
não haverá mais fome ou briga
nem medo de outros muros
não precisa mais escovar de dentes
morreu com nome
mas morreu sem saber o que realmente
foi
o afastamento final foi perverso
a realidade dolorosa está mesmo aberta
Deuses, foram mais infecções
e menos enfermeiros
ângulos diferentes
e feridas abertas
além de números, agulhas
e mais barreiras e muita espera
sem gritos para validar qualquer sofrimento.
morreste no mundo
mas continua vagando em meus versos.
a cera do bloco mágico ficou marcada
e não consegue processar mais nada
nem certas coisas que vem e voltam
vem e voltam
vem e voltam
vem e voltam vem e voltam vem e voltam, vem e voltam.
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Sarah Israel pode ser muitas coisas e nada também. Pode ter graduações no público e no privado, tentativas mil de muito ou pouco, pinturas em quadros, até parto, anel, o chão e o céu. Mas o que a importa é que seja lida. Lida porque é assim que consegue transmitir alguma emoção, deixar um pouco de si, sem nem saber quem a toca pelos olhos e a comporta ali dentro, dando algum sentido ao que fora lido de si.
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